Mesa Redonda: Mudanças na Gestão de Compras Públicas no Brasil


No dia 22 de maio do corrente aconteceu na Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Universidade de Brasília – FACE/Unb a mesa redonda: Mudanças na Gestão de Compras Públicas no Brasil, como parte da programação do 1º Congresso de Gestão de Operações em Organizações Públicas. A mesa foi coordenada pela Professora do Departamento de Administração da UnB Patrícia Guarnieri que ressaltou a importância e magnitude do Congresso em dialogar com gestores de órgãos públicos e agradeceu ao Chefe do Departamento de Administração da UnB, Professor José Márcio Carvalho por apoiar e permitir que o Departamento extrapole as salas de aulas e se insira no contexto demandado pela sociedade.

O evento contou com a participação do Gestor Governamental e professor do Mestrado em Governança e Desenvolvimento da ENAP, Ciro Campos Christo Fernandes, com a Diretora de Compras do Ministério do Planejamento e Gestão Virgínia Bracarense Lopes e com o Auditor Fiscal o do TCU, secretário da SELOG,  Frederico Julio Goepfert Junior.

 



 


O Professor da ENAP Ciro em sua explanação abordou a temática de Compras e contratações como política pública no Brasil: visões, agenda e trajetória de uma área em construção, trazendo uma retrospectiva histórica da gestão de compras no Brasil que passou por uma centralização no governo Vargas na década de 1930 e 1940, no governo militar em 1967 passou por uma simplificação das regras de licitação, em 1986 no governo Sarney editou-se as normas das licitações e contratos, em 1993 aprovou-se a Lei 8.666 e em 2000 criou-se o pregão como modalidade alternativa de licitação. dentro desta ótica a construção do arcabouço de leis, rotinas e processos tem sido marcada por lacunas, contradições e ambiguidades, não trazendo soluções adequadas as necessidades, mas enrijecendo e uniformizado, afetando setores com características diferenciadas.

Outro ponto de destaque levado ao debate foi a negociação e seleção de fornecedores com a relação da legalidade desta aproximação, no atual cenário de corrupção, e outra problemática levantada foi a capacitação profissional dos servidores nesta área, uma vez que o foco tem sido a licitação em si e não o planejamento, mesmo como todos os gargalos e o movimento pendular das legislações ressalta-se que tivemos avanços como transparência, moralidade e impessoalidade

A diretora de Compras do Ministério do Planejamento trouxe a temática de compras compartilhadas e centralizadas no Poder Executivo Federal, entendo que os ministérios se assemelham a um grande condomínio não fazendo sentido as compras e serviços serem totalmente descentralizadas, gerando mais custo e perdendo a essência da atividade ministerial com compras e contratações, diversos projetos dentro do Ministério do Planejamento foram desenvolvidos para esse fim, onde foi destacada a centralização de compras de passagens aéreas, o que gerou economia e ganho em escala. Outro projeto destacado foi o taxi.gov, que  para transporte de servidores  gerando uma economia de 5,3 milhões/anuais e solucionando a ociosidade com maior transparência e satisfação dos clientes que avaliam o serviço in loco, ressalta-se ainda que todos esses projetos foram premiadas pela ENAP, CGU e CONIP.

O auditor fiscal do TCU em seu debate desmistificou a essência daquele tribunal, enfocando que a missão é o aprimoramento constante e o suporte adequado aos gestores e que os desvios devem ser punidos, abordou ainda que a prestação de contas é para a sociedade, que busca resultados, eficiência e tempestividade e que no contexto atual é grande a descrença com as instituições públicas tendo que ser efetivo o combate à fraudes e corrupção. Dessa forma, o gestor tem que fazer as escolhas certas, sustentáveis, e que a politica fiscal de austeridade e com a PEC 95 desencadeou uma crise financeira nas instituições, principalmente nas universidades públicas, nesse contexto o TCU dialoga com a sociedade e com os gestores públicos a fim de prevenir e mitigar riscos nas Contratações Públicas, visando a boa governança, gestão de riscos e controle internos, transparência e pessoal qualificado.

Agradecemos aos convidados pela colaboração e participação no evento.

Por: Rodrigo Wilson de Souza.

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