Uma análise da compra do Rapidão Cometa pela Fedex

Enfim, depois de alguns anos de namoro, presenciaremos o casamento entre o Rapidão Cometa e a Fedex. Acostumados a rápidos desfechos, muitos profissionais do setor apostavam nessa união há pelo menos um ou dois anos atrás. Deixando de lado as questões e as especulações financeiras, de quanto e como se pagou, nos concentraremos na questão estratégica do novo negócio.
A primeira pergunta que nos vem à mente é se isso dará certo, já que outras aquisições semelhantes redundaram em fracasso ou caminham a passos lentos. A resposta é SIM, dará certo. Não há risco algum de dar errado, e mesmo que exista alguma probabilidade, ela será minimizada pela competência que as duas empresas e seus executivos têm ao dar um rumo tático e estratégico ao negócio.
O Rapidão Cometa conta com uma ampla e eficiente rede de atendimento no Brasil, mais especificamente das capitais do Sul e Sudeste para a Região Nordeste, a região de maior potencial para crescimento e novos negócios no Brasil.
Além do transporte rodoviário de cargas, e empresa atua fortemente na prestação de serviços logísticos, contando com Clientes e operações de escopo diferenciado. E com a Fedex, o Rapidão Cometa acrescentará ao seu portfólio um novo serviço, o de entregas expressas.
Em termos de gestão, o Rapidão Cometa conta com excepcionais mecanismos de governança corporativa e ferramentas de gestão estratégica. Está anos luz à frente da maioria das empresas de transporte de cargas do Brasil. Diferentemente de muitas outras empresas do setor, o Rapidão Cometa investiu pesadamente em tecnologia e em Recursos Humanos. Como resultado disso, a empresa avança em faturamento, mas não perde o foco na rentabilidade do negócio.
A influência familiar na administração da empresa é mínima, e a empresa possui um quadro de executivos e gerentes médios altamente competentes. A sucessão do Sr. Américo Pereira para o atual presidente Américo Filho foi muito bem conduzida e a empresa, nessa transição, continuou passando por uma profunda modernização, iniciada na gestão anterior. A diretoria e os principais executivos do Rapidão Cometa continuarão à frente do negócio, interagindo com os profissionais oriundos da Fedex. Portanto, os tradicionais problemas sucessórios que ocorrem na esmagadora maioria das Transportadoras, não afetaram e nem afetarão a alma ou o DNA do Rapidão Cometa.
A empresa também está bem posicionada no mercado, em termos de imagem, segmentos de atuação, nível de serviço e preço. Tem problemas é claro, pois não existem empresas perfeitas, mas suas qualidades sobressaem e tornam as deficiências imperceptíveis.
Da Fedex não há o que falar; seus números falam por si só. Conta com um faturamento de mais de US$ 42,7 bilhões e 300 mil funcionários ao redor de todo o mundo. Processa 9,0 milhões de embarques por dia, para mais de 220 países que cobrem 90% de todo o PIB mundial. A empresa conta com uma frota de 660 aeronaves e mais de 90.000 veículos.
Portanto essa é uma associação GANHA-GANHA. É o típico caso onde 1+1=3 e não 2. É uma união que beneficiará os acionistas, funcionários, fornecedores, clientes e a comunidade de uma forma geral. E também beneficiará o mercado como um todo, nivelando por cima. Que sirva de exemplo e inspiração para todo o mercado de logística e transportes.

Fonte:  Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

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