Amazon.com, maior varejista virtual do mundo, chega no Brasil em setembro, mas começa com cautela

Crédito: Amazon

A Amazon deve chegar ao Brasil em setembro deste ano. Segundo o Jornal Brasil Econômico, a princípio venderá apenas Kindles, livros CDs e DVDs, incluindo software e games, mas é possível que passe a comercializar produtos de maior porte em 2013.
De acordo com o portal PCWorld, em entrevista ao periódico, um executivo ligado à companhia, que preferiu não se identificar, afirmou que o portal já procura um centro de distribuição em São Paulo, Estado que responde pela maior parte das vendas do setor.
Presente nos seis maiores mercados globais (Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e França), a Amazon teria o Brasil como próximo da lista, bem como Espanha e Canadá que também possuem versões locais do site. Em julho de 2011 a gigante buscava no País um gerente sênior para o setor do Kindle, e em dezembro passou a oferecer serviços de computação em nuvem para companhias. 

No entanto, é importante ressaltar que a empresa começa com cautela. Há bons motivos para que a Amazon adote essa estratégia. O primeiro deles é que a empresa ainda procura um centro de distribuição em São Paulo e comercializar objetos grandes exige armazéns enormes para que os produtos sejam estocados. O segundo motivo é que, assim, a Amazon pode estudar e observar como o mercado se comporta, sem empreender grandes investimentos de início.
A meta da loja virtual é vender 6 milhões de itens até 2013, sendo 1,1 milhão deste entre setembro e dezembro deste ano. Dependendo de como o mercado reagir nos primeiros meses, a companhia irá estudar o início das vendas de objetos maiores.
A escolha por um centro de distribuição localizado em São Paulo é quase inevitável, considerando que o Estado é o coração do comércio virtual no Brasil. Para a B2W, por exemplo, empresa responsável pelas empresas: Submarino, Americanas.com e Shoptime. São Paulo representa metade das vendas da empresa, segundo Renato Prado, analista de varejo da Fator Corretora.
A participação no mercado da B2W vem caindo com a concorrência de lojas virtuais menores e também devido aos inúmeros tropeços e processos que a empresa vem sofrendo no Procon. Recentemente, o Procon-SP determinou que a companhia deixasse de operar no estado de São Paulo por 72h, mas a decisão acabou sendo revogada.
A soberania da B2W no Brasil está longe de ser ameaçada, mas o momento para ser oportuno para a Amazon. Se há alguma empresa que pode ameaçar de vez as vendas da B2W no Brasil, essa é a Amazon, conhecida como o "Walmart da internet". Para isso, no entanto, será preciso mais do que CDs e DVDs, mercados que sofrem muito com a pirataria no Brasil.

Crédito: Amazon
A Amazon se instalará primeiramente em Campinas para posteriormente dar início à operação comercial no país e já contratou três data centers, sendo que a Algar Telecom representa 50% dos contratos que a empresa americana está fazendo no Brasil. A Algar Telecom, detentora da marca CTBC, é uma empresa do Grupo Algar — que oferece telefonia fixa, celular, internet banda larga (3G e ADSL), comunicação de dados, TV por assinatura (DTH e cabo) e código 12 de longa distância nacional e internacional.
A gigante está disputando o mercado de computação em nuvem com empresas como a Google e a Apple. Atualmente, ela oferece serviços de armazenamento básicos para o consumidor final — 5 GB de espaço virtual de graça e opções de cloud music similares ao Google (que não funcionam no Brasil).
A Amazon vem negociando com editoras brasileiras, desde o ano passado, a conversão, em grande escala, de títulos nacionais em e-books, além de vender no mercado nacional o Kindle, que hoje só pode ser adquirido pelo site da Amazon, mercados eletrônicos ou então por meio de importadoras. A Amazon divulgou, em abril, que a venda de títulos para o Kindle supera as comercializações de todos os livros impressos. A cada 100 livros impressos vendidos, a Amazon.com vende 105 títulos para o Kindle, seu leitor de e-books, nos Estados Unidos. Além disso, a Amazon.com — que começou como livraria online em 1995 — diz que vendeu três vezes mais livros para o Kindle em 2011.

Para ganhar mercado de e-books com rapidez, a empresa deve apostar nas vendas de seu tablet, o Kindle, com preço estimado próximo de R$ 500,00, segundo notícias da Reuters publicadas na CNBC com exclusividade na última sexta-feira.

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