Enem 2013: um verdadeiro desafio logístico e de gestão!


Neste ano, 7,1 milhões de candidatos confirmaram a inscrição, sendo que cerca de 5 milhões são isentos da taxa de inscrição por terem renda baixa ou estudarem em escola pública. O Ministério da Educação (MEC) considerou a ampliação do número de municípios onde o exame é aplicado. "Tivemos que repensar a logística de impressão, distribuição, segurança. Também um crescimento no orçamento", afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

O ministro não quis fazer uma avaliação do custo extra que isso acarretará, mas acredita que não deve passar dos R$ 46 por aluno investidos em 2012. Se a conta estiver correta, o orçamento chegará R$326 milhões - R$ 60 milhões a mais que no ano passado.

O trabalho de logística da edição de 2013 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) envolveu a impressão de 15,7 milhões de provas e 1.661 municípios, 15.576 locais de prova, 63.340 malotes, 9.480 rotas de distribuição e 308 quilômetros percorridos. Números superiores ao da logística de 2012, que teve 12,7 milhões de provas, envolveu 1.615 municípios, 15.076 locais de prova, 48.341 malotes, 9.788 rotas de distribuição e 305 mil quilômetros percorridos. “Queremos dar tranquilidade e segurança para que os estudantes façam uma boa prova”, disse Mercadante.

Além disso, foram envolvidas na aplicação da prova 648 mil pessoas, dentre coordenadores estaduais, municipais e de locais de aplicação, chefes de sala, fiscais e apoio. E para garantir a acessibilidade, considerar as necessidades especiais e respeitar as crenças religiosas ainda estão sendo realizados cerca de 48.048 atendimentos especiais para pessoas com deficiência, gestantes, idosos e lactantes e horários especiais de aplicação de provas.

O MEC monitorará redes sociais durante prova do Enem, o esquema de segurança do Enem inclui 23 mil pessoas. O ministro Aloizio Mercadante comparou o monitoramento nas redes sociais aos escândalos de espionagem do governo dos Estados Unidos Até o momento MEC eliminou 21 candidatos por foto do Enem na internet.


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O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, saiu em defesa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), programa que é alvo de críticas por causa das irregularidades ocorridas nos últimos anos. "O MEC não tem culpa de o Brasil ser tão grande e tão diverso", disse Mercadante, durante audiência na Comissão de Educação e Cultura do Senado nesta quarta-feira.

Mercadante afirmou que, para tocar o programa, é necessário um "desafio logístico". O ministro citou que, para realizar a prova para os 5,4 milhões inscritos de 2011, foram necessárias 400 mil pessoas trabalhando e a utilização de 140 mil salas de aula. Tudo isso tem que ser feito, frisou ele, "em absoluto sigilo". O ministro destacou que o programa tem dado a oportunidade de estudantes pobres estudarem em universidades de ponta.

Mercadante também anunciou que neste ano estão sendo utilizados lacres eletrônicos (GPS) em todos os malotes que transportam as provas. “A vantagem é que temos total segurança do trajeto e do momento em que o lacre é aberto”, explicou. A experiência ocorreu no ano passado, quando 10 mil malotes receberam lacres. A preocupação com a segurança no transporte e na realização dos exames é tão importante que está mobilizando agentes do Exército, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária e da Polícia Militar, além de contar com a participação de quase 20 mil agentes de escolta das secretarias de Segurança Pública de todas as Unidades da Federação.

Um aumento recorde de 1,4 milhão de inscritos confirmados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) obrigou o governo a rever toda a logística da prova. Foram necessários mais locais de aplicação, fiscais e incremento na segurança, além de uma estrutura maior de distribuição - o que deve resultar na alta de gastos. Com recorde de inscrições, o exame teve um salto ainda maior de candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas - grupo beneficiado pela Lei de Cotas nas universidades federais.

Enquanto o número total de inscritos subiu 24% entre 2012 e 2013, a alta do grupo considerado cotista cresceu 29%. A proporção de pretos, pardos e indígenas (PPI) no Enem chegou a 56%, maior até do que o Censo registra na população brasileira, de 51%.

Uma das preocupações do MEC é encontrar mais professores especialistas em correção da redação. Depois de descobrir que provas com receitas de macarrão instantâneo e hinos de clubes de futebol tinham recebido boas notas, a pasta tornou mais rígidos os critérios de correção, diminuindo de 200 pontos para 100 a diferença máxima entre as notas dadas pelos dois corretores iniciais e que obriga a redação a ir para um terceiro corretor. Com isso, o número de correções deve aumentar, exigindo mais professores especializados.

O Enem serve como vestibular na maior parte das instituições federais de ensino. Neste ano, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de Brasília (UnB) aderiram ao Sistema de Seleção Unificado (Sisu), que concentra a oferta de vagas pelo Enem. As instituições federais devem garantir o ingresso de 25% de alunos de escola pública, respeitando o porcentual censitário de PPI de cada Estado.

Adaptado por Patricia Guarnieri de: Estadão IG e Folha Paulistana e G1

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