BBC publicou matéria elencando o que falta para o país poder sediar a Copa 2014

Maracanã: os estádios ficarão prontos, mas com uso de
 muita verba pública.
 Transporte público tende a ser deixado de lado
São Paulo – Para a britânica BBC, o Brasil ainda está distante de estar pronto para sediar a próxima Copa do Mundo (que acontece em dois anos). Em matéria publicada nesta semana, o jornalista e correspondente no Brasil da emissora, Tim Vickery, credita boa parcela da culpa ao ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.

A reportagem cita os escândalos de corrupção que envolveram a saída de Teixeira da presidência - cargo que ocupava desde 1989 - e afirma que o brasileiro foi responsável por decisões que aumentaram o custo da Copa no Brasil, como a inclusão de mais quatro cidades sede, e adiaram o processo, criando atrasos.
Para a BBC, alguns dos estádios criados especialmente para o evento esportivo não se sustentam financeiramente: são citados os de Cuiabá e Manaus, além de fazer referência aos de Brasília e Natal.
Segundo o site britânico, desde que Teixeira renunciou ao cargo “tem sido muito mais fácil para a FIFA, o governo brasileiro e o Comitê Organizador planejarem juntos a Copa”.
Entretanto, muito tempo já foi perdido e, em termos de infraestrutura, o jeito será limitar os danos. Para a Copa do Mundo a prioridade são os estádios. 
Outras melhoras benéficas para a população, como projetos de transporte público, por conta do tempo, acabaram sendo deixadas de lado, destaca a BBC. O segundo grande investimento está sendo feito em aeroportos, mas, segundo a publicação, nem eles devem estar prontos e reformados até 2014. 
O jornalista britânico Tim Vickery afirma que os brasileiros são “notadamente sensíveis a críticas de estrangeiros”, mas diz que muitos dos problemas estruturais que enfrentaremos até a Copa poderiam ser resolvidos de maneira simples e estratégica.
A solução seria, em sua avaliação, jogar a fase de grupos para apenas uma região do país, o que reduziria o número de viagens das seleções e dos torcedores, tirando um pouco da pressão sobre os aeroportos.
Segundo a BBC, porém, “o país inteiro quer ver seu time em ação, então o Brasil vai jogar suas três partidas da fase de grupos em três regiões diferentes”.
Levantamentos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) já duvidam da capacidade dos aeroportos brasileiros de lidar com o movimento que tantas viagens de seleções e torcidas vão gerar.

Por: Amanda Previdelli

Fonte: EXAME

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